terça-feira, 31 de março de 2009

Post acumulado: Londres, Birmingham e Dublin (tá bem grandinho)

Mais um post sem fotos, tenho que avisar com antecedência. O que se assucede: nesta etapa da viagem, tenho tirado poucas fotos e, ainda por cima, a tomada inglesa e irlandesa é maluca e não aceita meu carregador. Mas vamos por partes no texto.

Londres é muito legal. Uma cidade gigantesca, claro, com os problemas de uma cidade grande. Peguei um dia de sol que, como meu pai bem me disse (e preveniu), é um presente. O resto dos dias em Londres foram de nuvens e uma chuvinha chata e gelada de tempos em tempos. Mas nada que me impedisse de zanzar pelas ruas.

Confesso que, a essa altura, já estava um pouco enjoado de programas turísticos. Não tive mais muito saco pra entrar em museu, ir a pontos famosos tirar fotos, etc. Queria andar pela cidade, ver as ruinhas, ver as pessoas na rua e tentar ter pelo menos um relance de idéia de como os ingleses são.

Na verdade, os ingleses são mesmo, em geral, muito educados. Sempre pedem "sorry" e "pardon me", mesmo com um certo tom de sarcasmo, quando imaginam que a outra pessoa é quem deveria ter pedido desculpas. Mas os jovens ingleses, embora pareçam ser amigáveis com seus amigos, não se abrem para estranhos. Nos dias que passei em Londres, só consegui bater papo com um bartender num pub, no Soho, onde fui ver uma jam session de jazz, que foi bem agradável. E olha que fui a pubs todas as noites.

Em Londres, ainda, Rejane, Nicolas e Arthur me receberam como rei em sua casa, diga-se de passagem. O Arthur ficou um pouco tímido comigo, mas é compreensível; no entanto, a gente brincou um pouco.

Fui pra Birmingham, visitar a prima Luísa. Visitar mesmo, Birmingham não tem nada de interessante. Quase perdi o ônibus pra ir, porque a casa da Rejane era mais longe da estação do que eu calculei, mas peguei a tal coach e fui. Interessante: como é um país que faz pouco sol, não há insul-film nos carros e nos ônibus, eles buscam valorizar qualquer luz que entra.

Já em Birmingham, fui recebido com "festa" - compramos umas cervejas, uma comida e ficamos no apê da Luísa: eu, Lu, Lindsay e Betânia (amigas de curso da Luísa), com a eventual participação do espanhol Guillermo, um engenheiro de som bacana que, tadinho, quer ir trabalhar com música no Brasil (tive uma conversa bem clara com ele a respeito disso). Muuuitas risadas, cenas engraçadas, até um forrozinho foi arriscado, e a noite que me rendeu a primeira ressaca da viagem.

Acordei entre um monte de mulheres. Calma, gente, não é o que vocês estão pensando. Ficamos todos no quarto da Lu, que é pequeno, então dormiu todo mundo mais ou menos espremido, eu e as três brasileiras que estudam inglês juntas. Não é ruim, confesso, mas não é nada disso. :)

Nesse dia ia ter amistoso da Inglaterra e Eslováquia, e fiz Luísa ir assistir comigo num pub. Não sem antes fazer ela me levar no museu de Birmingham - legalzinho, tem até umas múmias egípcias de verdade e tal, mas nada demais. Passeiamos pelo shopping (como eu disse, não tem NADA em Birmignham pra fazer), onde eu comprei uma camisa oficial da seleção brasileira e uma da seleção irlandesa (e paguei a bagatela de 30 libras nas duas, somadas). Algumas coisas são bem mais baratas aqui.

Depois do almoço, fomos ao pub. No primeiro que entramos, não estavam passando o jogo, então tomamos um pint e fomos para outro, um pub irlandês chamado O'Neils', que é uma espécie de franquia. Bem grandinho, ele. Lá, passaram o jogo, que foi interessante. Vários pints depois, surge um DJ e virou boite. Entramos lá às 17 horas, saímos às 2 da manhã. Nem consegui arrumar minha mala pra ir para Dublin, de madrugada, no dia seguinte.

E então eu acordo, assustado, ouvindo da Luísa: "Acorda, meu celular não despertou!". Estávamos super atrasados para o vôo. Jogamos umas roupas nas respectivas malas de cada um, trocamos de roupa e saímos correndo para pegar avião. Na saída, me dei conta - o horário de verão estava começando, estávamos mais de uma hora atrasados. Eu tinha ouvido uma senhora comentando isso no ônibus para Birmingham, mas nem me dei conta que já era esse fim de semana. Conclusão, perdemos o vôo.

A gentil senhora da Ryanair nos informou que, para remarcar a passagem, teríamos que pagar 100 libras, cada um. Não parece tanto, talvez, mas considerando que a passagem custou 25 libras, é muito. Depois de esgotarmos todas as outras opções, até mesmo de alugar um carro e dirigir até a Irlanda, resolvemos arcar com o prejuízo. Agora, tínhamos só três horas e meia de espera, no aeroporto, até o próximo vôo.

Na hora de entrar para a área de embarque, outro prejuízo, mas só para mim: a Ryanair cobra 20 libras para despachar malas, e sendo minha muito pequena, resolvi levar na mão. Na hora de passar pelo raio-x, fui barrado pela quantidade de líquidos que estava carregando - shampoo, espuma de barbear, pós-barba e creme de cabelo. "Ou o senhor volta e despacha a mala, ou a gente joga fora esses produtos". Resultado: vim sem os produtos, que a essa altura já estão no lixão de Birmingham.

Já na Irlanda (e imediatamente pensei "Urrú, eu tô na IRLANDA!!!!"), passei pela imigração sem dificuldades, apesar do medo, e fomos para a casa da Karol e do Marcus, amigos da Lu que estão nos recebendo. Super bacanas, e tenho certeza que eu conheço o Marcus de outra situação. Ambos são de Betim, mas não conseguimos achar uma ligação, apesar de ele ter a mesma impressão. Eu e Lu, depois de comer uma bela lasanha, fomos bater perna por Dublin, pelo Temple Bar (região boêmia da cidade, com uma concentração de pubs e afins), e vimos que ia ter jogo do Brasil contra Equador. Vamos assistir, claro. Entramos no pub e nos deparamos com a diferença gritante para a Inglaterra.

Primeiro: um pint (aproximadamente 570ml) de cerveja em Birmingham custa cerca de 3 libras. Em Dublin, custa 5 a 6 euros. Dói no bolso beber aqui. Essa não foi uma diferença agradável. A diferença agradável foi a simpatia e sociabilidade dos irlandeses. Estávamos vendo um jogo de rugby, na tv, tentando entender algumas das regras. Um senhor nos viu e, deliberadamente, começou a explicar para mim. Super simpático, engraçado, muito orgulhoso de a Irlanda ter o melhor time nacional de rugby e uma das melhores equipes, o Munster, de toda a Europa. Um contraste fortíssimo com a frieza dos ingleses. Os irlandeses são muito mais divertidos. Karol e Marcus nos encontraram, o jogo estava horrível e fomos caçar outro pub. Dormimos sóbrios e bem cansados.

Ontem, eu e Luísa fomos fazer programas turísticos: fomos ao Malahide Castle, um castelo medieval nos arredores de Dublin, que ficou sobre tutela de uma mesma família, os Talbots, por 800 anos. Só em 1973 a família vendeu o castelo para o Estado, que o transformou em museu. É bem legal, mas o jardim em volta é mais bacana que o castelo em si. Na volta, comprei, finalmente, um adaptador para a minha máquina. Ficamos em casa, à noite, e jantamos uma costela assada deliciosa, preparada pelo Marcus.

Com a bateria carregada, hoje prometo tirar mais fotos. São, agora, 10 da manhã e o plano é visitar a destilaria da Jameson, a fábrica da Guinness e a Catedral de São Patrício, o Saint Paddy, que eu juro deve ser reencarnação de Dionísio, adaptado à cerveja.

Beijos e abraços, até o próximo (esse, provavelmente, com fotos).

3 comentários:

  1. Olá Diogo, adorei o texto, espero as fotos no próximo post.
    Bjs
    MªCélia

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  2. Ei querido!!!! Correrias à parte dei um pulinho aqui pra ler seu blog! Como sempre me diverti com os "causos"... Tinha que perder um avião né??? heheehehehehe
    Beijo!!!!

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  3. Fala Xará! Acompanhando sua saga! Grande abraço

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